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domingo, 18 de abril de 2010

PIB PER CAPITA DA GUINÉ EQUATORIAL É SUPERIOR AO PORTUGUÊS E DO BRASIL

Lisboa, 31 Março - As grandes receitas da produção de petróleo e gás natural na Guiné Equatorial continuam a beneficiar "principalmente a classe dirigente" do país, que teve um PIB per capita superior ao de Portugal. Com a descoberta de grandes reservas de petróleo e de gás natural nas águas do Golfo da Guiné, na década de 1990, o pequeno país centro africano tornou-se no terceiro maior produtor de petróleo na região da África subsaariana e num imã para os investidores estrangeiros.

A grande riqueza procedente da exploração petrolífera - mais de 400.000 barris diários - levou a um crescimento extraordinário da economia nos últimos quinze anos (até então praticamente dependente da cooperação internacional), tornando a Guiné Equatorial numa das economias que mais têm crescido no continente. A economia do país viu o seu Produto Interno Bruto (PIB) aumentar cerca de 126 vezes entre 1991 (ano antes de começar a exploração petrolífera) e 2008, de 147 milhões para 18,5 mil milhões de dólares.

Entre 2003 e 2008 a economia cresceu a uma média anual de 14,9% e o seu PIB per capita em 2009 foi de 30,6 mil dólares, segundo o relatório de Desenvolvimento Humano da ONU, mais do que os 22,7 mil dólares de Portugal ou os 9,5 mil dólares do Brasil. O Fundo Monetário Internacional estima que o sector do petróleo represente cerca de três quartos do PIB (74%) e que 82% das receitas totais do país venham desse sector. Outros organismos internacionais estimam que a exploração de hidrocarbonetos contribua para mais de 90% da riqueza produzida.

No entanto, a Human Rights Watch e o Instituto Soros salientam que este grande negócio beneficia "principalmente a classe dirigente e os seus aliados", que mantêm um "monopólio absoluto sobre a vida política e económica", e que este tem servido "sobretudo para consolidar o regime ditatorial" do Presidente Teodoro Obiang, no poder desde 1979. "A má gestão das receitas do petróleo e a corrupção alargada têm impedido que estas cheguem à população e permitam uma melhoria das condições de vida", denunciam.. O caso de um dos filhos de Obiang, que, entre 2004 e 2006, gastou mais de 42 milhões de dólares em casas e carros de luxo (quase um terço do montante total que o Governo gastou em programas sociais, incluindo saúde, educação e habitação em 2005) é dado como um exemplo de como a "economia no país é gerida como uma conta pessoal".

Apesar de o PIB per capita da país ser equivalente ao da Itália ou Espanha, 90% da riqueza nacional é detida por apenas 5% da população, fazendo com que a riqueza contraste com o real padrão de vida da população. Três em cada quatro pessoas na Guiné-Equatorial (75%) dos pouco mais de 630 mil habitantes vivem abaixo do limiar da pobreza. Grande parte da população vive sem electricidade nem acesso à água potável. A esperança de vida é de 52 anos, a mortalidade infantil é elevada e a desnutrição afecta 19% os menores de cinco anos.

Em 2009, segundo a ONU, o país apresentava a terceira maior discrepância entre o PIB per capita e os indicadores de desenvolvimento humano, que pioraram nos 15 anos de exploração petrolífera.

Fonte: Liberal Media Plus S.A

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Postado por Helbson de Avila no Reconquistar a Negritude em 4/16/2010 04:32:00 PM

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