Espaço Ubunto

Espaço Ubunto

quarta-feira, 7 de abril de 2010


PROFESSOR: TRISTE SITUAÇÃO!!!

“O MATERIAL ESCOLAR MAIS BARATO QUE EXISTE NA PRAÇA É O PROFESSOR”
“Jô Soares”

Quando me lembro da palavra professor, lembro-me de professar, ensinar, saber, ou consultando os “Dicionários”, Professor: “Pessoa que, por conhecimento adquirido ou experiência de vida pode ser mentor, espelho e ou norte para outros” “a arte de confessar o que sabem a todos” etc.

Jô Soares, na sua frase acima, define bem a situação do professor, na questão de valores atualmente. Para que se entenda o que estamos querendo passar para vocês: Será que estaríamos escrevendo este artigo agora, se não tivesse passado um professor em nossa vida?

Por isso aproveitamos para agradecer aos professores que passaram por nossa vida, pela de nossos pais, e lamentamos porque que não passaram pelas de nossos “avós”, que na condição de escravizados, foram proibidos de freqüentar escolas.

Nosso interesse em escrever este artigo, é para manifestar nossa revolta e nos solidarizarmos com a luta dos professores de todo Brasil e, principalmente, com os do Estado de São Paulo, que vem sendo achincalhados pelo governo estadual, desqualificados publicamente em sua profissão, fora o que passam dentro das salas de aula.

Quando ouvimos pela televisão a triste declaração do governo, que “os professores tem que voltar para os bancos da escola” isso os desqualifica diante dos alunos, e perante a sociedade. Além das humilhantes medidas de “progressão continuada” e “provas de avaliação” a partir das quais são definidas a maioria das modificações  salariais dos professores estaduais, essas questões, não levam em conta a dura jornada, que inicia-se às 07h00 e vai até às 23h00, em duas ou três escolas diferentes, que estes profissionais estão submetidos, nem as salas de aula sem condições., tudo isso para se ter um salário razoável, sendo que atualmente estamos lutando pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salário.

Em uma pesquisa recente, publicada sobre discriminação e preconceito no ambiente escolar, reproduzida inclusive em nosso boletim anterior, mostra que 98% dos entrevistados discriminam ou tem algum tipo de preconceito. Isso remete ao professor, mais um tipo de tarefa, que é a de ser nosso aliado na luta por uma sociedade mais justa, sem preconceitos, sem racismo e sem discriminações.

Por isso conclamamos toda a sociedade, neste momento difícil, a se aliar à luta de nossos professores estaduais. Vamos mostrar que eles não estão sozinhos, vamos ser solidários, vamos lutar pela melhoria dos seus salários, por uma melhor qualidade de vida deles nas salas de aula, para que voltem a ter o prazer de ensinar nossos filhos e netos, pois a melhora salarial e na qualidade de vida deles, na verdade é a melhora do ensino dos nossos filhos.  Gente, vamos fazer qualquer coisa, vamos nos reunir com os conselhos de escola, com as APMs, vamos mandar bilhetes de solidariedade para os professores de nossos filhos, dizendo que somos solidários à sua causa que também é nossa.

Infelizmente, o Professor neste momento está sob fogo cruzado e ameaçado de morte, pela escolha que fez, que é a de nos ensinar e a nossos filhos, para que tenhamos uma vida melhor.
Por um lado, enfrenta alunos armados, ambiente escolar péssimo, e poucas condições para dar uma aula digna. Por outro, quando vai reclamar publicamente desta situação, é obrigado a enfrentar a tropa de choque, com bombas de efeito imoral, gás de pimenta e balas de borracha, espancamentos etc.

Professor: nossa entidade Sociedade Fala Negão/Fala Mulher tem compromisso com esta luta, por isso estamos escrevendo esta matéria, em apoio a essa luta, para dizer que os respeitamos muito, que estamos com vocês, que qualquer pai que queira uma vida digna  para seu filho deve escrever um bilhete, mandar para escola, ser solidário, mesmo com aqueles professores que furam a greve fugindo a luta, que criticam, mas que na hora do aumento dos salários ou dos benefícios são os primeiros a receber. Estes também devem ser respeitados, pois não conheceram Paulo Freire, Florestan Fernandes, Milton Santos ou a professora Petronilia entre outras, e nem passaram pela época da “ditadura militar”, na qual muitos morreram ou foram torturados para que tivéssemos direito a nos manifestarmos hoje por uma vida melhor.

A triste realidade é que o norte do debate político destas eleições não será a educação, mas sim a segurança, isso quer dizer que ao invés de se propor construir escolas para educar, vão querer construir cadeias para punir, isto é o que estão reservando para nossa juventude. E para o professor, bem, para esses nesta “Páscoa” o governo reservou “bombons de Gás Lacrimogêneo”, “Balas mastigáveis de borracha”, “colírio de pimenta” e uma salva de 21 tiros.

“E vamos malhar o Judas”, pois como disse o Jô Soares, “O material escolar mais barato que existe na praça é o Professor”.


Axé.

A diretoria.

Nenhum comentário: