Celso Athayde publicou este texto no site do Yahoo. Os comentários são de arrepiar em seu racismo grosseiro.
Por Celso Athayde . 29.07.11 - 18h28
Racismo ou diversão?Na última quarta-feira (27), no antológico jogo entre Santos e Flamengo, algo me chamou mais a atenção do que os dribles de Neymar e o show de Ronaldinho. Alguns jogadores do Flamengo, reservas, foram absurdamente agredidos pela torcida do Santos: macaco, crioulo safado, só podia ser preto, sai daí macaco favelado. Essas eram algumas das ofensas menos mal educadas proferidas pela torcida do Santos.
Entre os jogadores do banco estavam David Braz e Diego Mauricio, só para citar alguns. Também me senti ofendido e entre os “crioulos safados”, mas é melhor pôr as coisas no lugar. Será que era a torcida do Santos ou apenas um grupinho que manifestava a sua ira contra os atletas?
Apesar de alguns ainda insistirem que não somos racistas, essas manifestações trazem consigo uma carga de história.Tenho a impressão de que, às vezes, parece mesmo que isso nasceu para nunca acabar. Vamos imaginar que um dos senhores que gritava, como se fosse seu último ato na vida, estivesse acompanhado por ninguém menos do que seu neto. Apesar de estamos num estádio de futebol, lugar de alegria e confraternização, é também onde a criança recebe a energia de palavras que em nada tem relação com esporte, amor e respeito.
Como se não fosse o bastante, eu via no minuto seguinte esse senhor abraçar a criança que antes o olhava sem demonstrar repúdio ou desaprovação, mas que queria apenas comemorar o gol de Neymar.
De fato era uma noite histórica. Pois o Flamengo fazia uma partida nunca imaginada, o Santos também, e os pretos Ronaldinho e Neymar protagonizavam na Vila, casa do rei dos pretos e não pretos, uma noite memorável.
Memorável em todos os sentidos, até mesmo pela humildade e educação de Neymar ao reconhecer a genialidade do seu adversário, 12 anos mais velho, ou mais experiente, como preferirem. Educação essa que faltou a alguns dos torcedores que também protagonizaram uma cena bizzara, que deveria ser banida, não dos estádios, mas dos corações de todas as pessoas, inclusive de bem, dos homens de bom coração.
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