Espaço Ubunto

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domingo, 11 de novembro de 2012

Discurso de Willie Lynch, um traficante de escravos carinhenos, proferido em 1712


Peço aos companheiros que leia com atenção este material que recebi e vejam as práticas da manutenção do racismo. Olha o que faziam naquela época se não é o mesmo que fazem com nosso povo hoje.

Acorde e mude isto, deixe de ser massa de manobra, pois os que acordaram hoje são caçados dia após dia.
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Discurso de Willie Lynch, um traficante de escravos caribenhos, proferido em 1712.

“Cavalheiros eu vos saúdo aqui nas margens do Rio James no ano do Nosso Senhor um mil setecentos e doze”. Primeiramente, gostaria de agradecer aos cavalheiros da colônia da Virgínia por terem me trazido aqui. Estou aqui com o intuito de ajudá-los a resolver alguns dos seus problemas com os escravos. Vosso convite me foi entregue em minha modesta plantação nas índias do oeste onde eu tenho experimentado um dos mais modernos, ainda que o mais velho dos métodos para controlar escravos. Roma antiga nos invejará se meu programa for implantado. Enquanto nosso barco navegava rio abaixo, pude ver o bastante para constatar que seus problemas não são isolados. Roma usava cruzes para erguer corpos humanos ao longo da estrada, em grande número, os senhores estão usando árvores com forcas para o mesmo fim. Eu senti o mau cheiro de um escravo enforcado em uma arvore a algumas milhas daqui. Os senhores não só estão perdendo uma valiosa mercadoria enforcado-os, mas os senhores estão provocando levantes, escravos estão fugindo, suas colheitas muitas vezes estão ficando nos campos por mais tempo que o necessário, prejudicando com que se tenha melhor preço, estão sofrendo incêndios ocasionais, seus animais estão sendo mortos, cavalheiros os senhores sabem os seus problemas, eu não preciso citá-los. Eu não estou aqui para enumerar seus problemas, estou aqui para apresentá-los um modo de resolvê-los. Tenho aqui em minha pasta um comprovado método de controle de negros escravos. Eu garanto que se implementado corretamente, este método será capaz de controlar escravos por pelo menos 300 anos. Meu método é simples qualquer membro da família e até o feitor pode usá-lo. Eu listei algumas diferenças existentes entre os negros escravos e pego essas diferenças e as torno maiores ainda. Eu uso medo, a desconfiança e a inveja como elementos de controle. Esse método tem funcionado na minha modesta plantação lá nas índias do oeste e funcionará também aqui no sul, leiam à pequena lista de diferença e pensem a respeito. No inicio da minha lista está à idade, mas poderiam começar com outro item. O segundo é a cor ou a gradação de cor, existe também a inteligência, estatura, sexo, tamanho de plantação, comportamento do senhor, se o escravo vive no vale ou na colina, se é do leste ou do oeste, do norte ou do sul, se tem cabelos lisos ou crespos ou se são altos ou baixos. Agora que os senhores já têm a lista de diferenças, devo enumerar-lhes algumas atitudes que devem ser tomadas, mas antes disso, devo assegurar aos senhores que a desconfiança é mais forte que a confiança, e a inveja é mais forte que a lisonja, o respeito e a admiração. Os negros escravos depois de receberem essa doutrinação deverão incorporar-se a ela e se tornarão, eles próprios, reprodutores delas por centenas de anos, talvez milhares de anos. Não se esqueçam os senhores devem jogar um negro velho contra um negro novo e um jovem contra um velho escravo. Os senhores devem usar o escravo de pele escura contra o escravo de pele clara, e o escravo de pele mais clara contra o escravo de pele escura. Deverão também os senhores terem seus criados brancos e capatazes que desconfiem de todos os negros. Mas é necessário que os vossos escravos confiem e dependem de vós, eles devem amar, respeitar e confiar apenas em nós. Cavalheiros, esses conjuntos de medidas são a chave do controle, usem-nas. Faça com que vossas esposas, filhos também usem, nunca percam uma oportunidade. Meu plano é garantido e, o bom desse plano é que se usado intensamente durante um ano, os próprios escravos permanecerão eternamente desconfiados uns dos outros. Obrigado cavalheiros”.

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