Espaço Ubunto

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terça-feira, 18 de dezembro de 2012


Vozes silenciadas.
Autoria: Olga Maria Lima Pereira.

Ouviram que na África braços fortes
Podiam ser escravos no Brasil
Viagens pelos mares em tumbeiros
Cumpriram a trajetória do servil
Desamor, muita maldade.
Conseguiram escravizar os dentes fortes
Em seu corpo, a violência
Desrespeita o seu peito até a morte
Ó Pátria armada
Sequelada
Chore, chore
Quilombo um sonho tenso embrutecido
De dor e pela cor se fortalece
Se o branco menospreza sua força
Diante dos conflitos a reconhece
És bravo, corajoso e fraterno.
Se o teu futuro causa estranheza
Não teme quem te negue a toda hora
Negro exilado
Pelo poder e pelo ódio indesejado
Dos filhos que o solo excluiu
Negra África, Brasil
Machucado internamente e sem compêndio
Em tom de ironia à gente imunda
Renasces ó Brasil graças seus braços
O negro sob o sol do novo mundo
Do que a guerra mais sofrida
Teus recantos todos santos tem mais cores
Em seus campos, nossas flores
Nossas dores pra os senhores, dissabores
Ó Pátria armada
Sequelada
Chore, chore
Brasil de muitas cores seja o símbolo
De gente que cultiva a mesma terra
E diga um sim à divida histórica
Aos negros, sua cultura e seu credo.
Se preferes que justiça prevaleça
Aprenda a escutar os seus atores
Adeus ao preconceito e o silêncio
Terra de flores
Entre os campos, és tu Brasil
Todas s cores
Dos filhos que a pátria excluiu
Negro, acorda Brasil.

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