Espaço Ubunto

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quarta-feira, 31 de agosto de 2011


José Antonio dos Santos da Silva, Coordenador do Fórum Permanente de Educação e Diversidade Étnicor-racial do Estado do RS, participou do II Seminário da ABPN-Sul; II Encontro CONNEABS da Região Sul e do Seminário Regional “Educação infantil e igualdade racial”, que aconteceu de 25 a 27 de agosto, no Teatro da Reitoria da Universidade Federal do Paraná – UFPR, na cidade de Curitiba/PR.

Durante o evento José Antonio aproveitou para fortalecer a articulação entre os Fóruns da Região Sul do País (RS, SC e PR). Lá estavam representantes de várias Universidades Federais e Estaduais. Um dos momentos mais importantes do evento Fo a mesa que tratou no segundo dia do tema: “Diversidade e promoção da igualdade racial na Educação infantil” que contou com a presença do Prof. Valter Silvério, Coordenador do Núcleo de Estudos Afro-brasileiro da Universidade Federal de São Carlos – UFSCAR.

Para José Antonio “a troca de experiências entre os militantes sociais e os intelectuais, fortalecerá as relações com os Gestores Públicos Municipais e Estaduais, na busca da realização de Cursos de Formação Continuada para os Professores das redes públicas em nosso Estado. Se queremos implementar a Lei 10.639 e 11.645, precisamos de educadores comprometidos com a verdadeira história do povo negro em nosso Estado e País. Precisamos motivar a compra de Livros Didáticos que contenham a história do povo negro como peças importantes da construção da riqueza deste país”.

O Fórum Permanente de Educação no RS se reúne na SEDUC – Secretaria Estadual de Educação e agora inicia processo de interiorização, no sentido de buscar maior participação nas regiões do Estado.

Campanha em ajuda ao Luquinhas no Balanço Geral RS !

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Por Fernanda Lopes

Os vereadores de Salvador aprovaram na última quarta-feira (24), com unanimidade, o projeto de lei que garante à população negra da cidade cota de 30% para concursos realizados no município. Para que se torne lei, o projeto deverá ser analisado e sancionado pelo prefeito, João Henrique Carneiro.

O projeto, proposto pelo vereador Gilmar Santiago (PT), tramitava na Câmara desde 2009. Salvador é um município onde os negros formam a maioria da população, porém, representam minoria nos cargos públicos, por isso, a proposta inicial é que a reserva fosse de 50%. Mas, o projeto só foi aprovado, após emenda apresentada pelo vereador Alcindo da Anunciação que reduziu esse percentual para 30%.

O prefeito João Henrique tem até 15 dias para vetar ou sancionar o projeto de lei, caso seja vetado, a câmara retomará as discussões. Se sancionado, a lei passa a vigorar no próximo concurso público. Além do projeto municipal, tramitam na Assembléia Legislativa propostas para que as cotas sejam estabelecidas em todo o Estado.

Estatuto da Igualdade Racial – Apesar de não existir lei nacional sobre reserva de vagas em concursos por raça, o Estatuto da Igualdade Racial reforça a promoção de oportunidades nessas contratações do setor público, caracterizando-as como políticas de promoção da Igualdade Racial. Desde 2002, instituições de vários estados tomaram essa iniciativa por meio de leis estaduais ou municipais.

As cotas nos concursos públicos prevêem a inclusão do negro em todos os órgãos da administração pública direta e indireta. Com sua instituição, em vinte anos, os negros terão presença de pelo menos 20% em todos os postos de trabalho público.

Conheça os estados e municípios que adotam o sistema de cotas para negros em concursos públicos:

2002 – Piracicaba/SP (20%);

2003 – Paraná/PR (10%);

2003 – Porto Alegre/RS (12%);

2004 – Vitória/ES (30%)

2004 – Criciúma/SC ( 20%)

2005 – Betim/MG (15%)

2007 – Colombo/PR (15%)

2008 – Viamão/RS (44%)

2011 – Mato Grosso do Sul (10%)

2011 – Rio de Janeiro (20%)

Fonte: Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Prazo de afastamento

Licenças podem culminar com aposentadoria de ministro

Ministro Joaquim Barbosa (STF)

As recentes licenças por problemas médicos tiradas pelo ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, podem culminar em uma aposentadoria por invalidez. Para isso acontecer, o ministro teria que passar mais 42 dias licenciado. Ao completar 180 dias de afastamento, em um período inferior há dois anos, Joaquim Barbosa teria que passar por uma perícia que poderia resultar na aposentadoria. O gabinete de Barbosa afirmou que o ministro voltará aos trabalhos na semana que vem. As informações são do jornal Correio Braziliense.



O ministro continua sendo o relator de um dos principais processos que tramitam no Supremo: a ação penal do mensalão. A Procuradoria-Geral da República pede a condenação de 36 réus no escândalo ocorrido em 2005, no qual parlamentares são acusados de receber propina em troca de apoio político no Congresso ao governo do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.



Embora não se cogite, por enquanto, a substituição da relatoria do processo do mensalão, o ministro Ricardo Lewandowski tem despachado algumas decisões pontuais referentes ao caso. A avaliação de colegas, porém, é de que a ausência de Barbosa não atrasou o andamento da ação, já que o prazo para as alegações finais se encerra em 8 de setembro.



Na quinta-feira (26/08), o presidente do Supremo Tribunal Federal, Cezar Peluso, substituiu o ministro nos processos em que os senadores eleitos Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) e Jader Barbalho (PMDB-PA) pedem para tomar posse. Cunha Lima e Barbalho foram enquadrados nas eleições do ano passado pela Lei da Ficha Limpa. Ambos disputaram o pleito e conseguiram votos suficientes para serem eleitos para o Senado. No entanto, não foram diplomados. O tucano, porque teve o mandato de governador da Paraíba cassado pela Justiça Eleitoral, em 2009. Já o peemedebista foi barrado por ter renunciado ao cargo de senador, em 2001.



No despacho publicado esta semana, o presidente do STF justifica que a substituição da relatoria do processo referente aos dois senadores eleitos decorre de uma "situação excepcionalmente grave, especialmente por se considerar a prioridade conferida por lei aos processos de registro", afirmou Peluzo. O advogado José Eduardo Alckmin, defensor de Jader e de Cunha Lima, disse esperar por uma decisão célere do STF. "Estamos pedindo a retratação do processo anterior, como está previsto no Código de Processo Civil", explicou Alckmin, em referência ao processo de Jader.






Cidadãos podem contribuir com a formulação de propostas para a Rio+20


Mariana Braga, Agência de Notícias Estratégicas da SAE/PR

Especialistas, gestores públicos e cidadãos podem debater e contribuir com a proposta que está sendo formulada pelo Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES), órgão vinculado à Secretaria de Assuntos Estratégicos (SAE), para subsidiar a posição do governo brasileiro na Rio +20. Está disponível no espaço Chamada para Debate, do portal da SAE (www.sae.gov.br), texto sobre como o CDES vem trabalhando no tema com questões a serem respondidas, comentadas e debatidas pela sociedade.

Os comentários postados no site vão contribuir com os debates que vem sendo promovidos pelo CDES sobre desenvolvimento sustentável, para a elaboração de um documento com propostas da sociedade civil para subsidiar o posicionamento do governo brasileiro na Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável, a ser realizada no Rio de Janeiro em junho de 2012 (a Rio + 20).

Para participar, basta entrar no ícone Chamada para Debate, na página principal da SAE (www.sae.gov.br), acessar o texto “Desenvolvimento sustentável: construção de uma proposta para a Rio+20” e postar o comentário (confira as regras para comentar).

Nesta terça-feira (30/8), o CDES promove na sede do Sesc em São Paulo (SP), oficina sobre Desenvolvimento Sustentável, que vai reunir empresários, líderes sindicais, acadêmicos, pesquisadores, entre outros, com o objetivo de aprofundar os debates sobre o tema, no sentido de estabelecer um acordo social sobre Desenvolvimento Sustentável, com medidas de longo prazo.

O ministro da SAE, Moreira Franco, fará a abertura do evento. Na ocasião serão discutidas questões prioritárias como o problema da energia, da fome, das desigualdades sociais e as consequências das mudanças climáticas, no caminho para um plano de economia de baixo carbono, com inclusão social e trabalho decente. No mês de setembro estão previstas outras reuniões para debater o tema e fechar a proposta.

(Agência de Notícias Estratégicas da SAE/PR)

Compartilho com todos o artigo a entrevista que o gerou. Eis seu link original:





A entrevista do Seu Jorge sobre sua experiência com o racismo italiano causou justa comoção em muitos brasileiros, seu depoimento e observações provocam contudo, algumas rápidas reflexões.



Seu Jorge se mostra uma pessoa muito sensível, além do talento artístico que possui. Sou fã de Seu Jorge desde o Farofa Carioca desde os tempos das quebradas de Santa Teresa.



Ouvi nesta sua entrevista, seu depoimento, seu desabafo, sua decepção com a Itália, uma ex-potência colonial. Mas também ouvi suas ilusões de como gostaria de ser reconhecido - como o grande artista que é - como o são os jogadores de futebol pelas torcidas italianas. Mas faltou a ele reconhecer que são talentos diferentes, os de Seu Jorge e dos jogadores de futebol brasileiros. E os públicos também são diferentes. Ou nem tanto, talvez o contexto deveria ser diferente: um show de Seu Jorge num campo de futebol com jogadores brasileiros no camarote certamente lhe daria a consagração que não teve. Mas neste caso, Seu Jorge era um ator na meca do cinema italiano. E nos bastidores surpreendeu-se com a cena invertida da realidade por trás da fantasia.



A decepção de Seu Jorge parece proporcional às suas expectativas frustradas. Não me ocorre deixar de me indignar com o que ele passou junto a sua filha ou deixar de me sensibilizar com os seus sentimentos, seu choque pessoal e suas dores de amores.



Por outro lado, é curiosa a coincidência como ele e muitos brasileiros declaram sentir na Europa o racismo que não "sentem" no Brasil.



Acho que vai daí algumas ilusões que eu atribuo a eficácia do racismo no Brasil que outros enxergam como tolerância ou brandura. (Veja mais sobre esta discussão numa postagem sobre o racismo de Ziraldo no Carnaval em que homenageia Monteiro Lobato).



É também curiosa a diferença que Seu Jorge encontra em sentir o preconceito racial no Brasil e sentir o racismo na Itália. Da maneira como ele diz o preconceito no Brasil é fácil de lidar e ele não vê como racismo, mas a Itália com o isolamento num país literalmente de brancos tudo parece diferente.



Como ele diz na entrevista parece que o preconceito racial e racismo são coisas separadas ou diferentes entre si.



Com toda a reverência que faço ao talento de Seu Jorge não vou por isso deixar de me remeter à sua juventude suburbana para tentar apontar nas atividades profissionais que exerceu como office-boy ou recruta no Exército brasileiro que ele pudesse passar por elas sem sofrer algum constrangimento por preconceito racista numa porta de Banco ou num dia treinamento militar.



Bem, estas são algumas das formas diretas do preconceito racial que ele não viu e sentiu muito comuns entre nós brasileiros. Mas junto a este racismo direto existe o racismo indireto das formas e práticas institucionais que resultam tanto na invisibilidade quanto na insensibilidade do próprio negro para perceber o racismo. Este parecer ser um dos enigmas do depoimento de Seu Jorge, o de deixar de perceber o racismo institucional que no Brasil é naturalizado. Mas que na Itália parece a ele mais nítido o racismo ao ter que deixar de "tomar sua cervejinha" ou acompanhar os amigos no restaurante, isso incomoda, dói, fere a nossa auto estima, sem dúvida.



Talvez para Seu Jorge as lembranças da vida de negro comum no Brasil seja algo distante ou pertençam a um passado seu que não vale a pena lembrar. Afinal, podemos acionar este mecanismo de esquecimento das memórias desagradáveis. O que vale mais agora é pensar no presente-futuro...



Uma carreira de merecidos sucessos a percorrer...



E pelo talento de Seu Jorge tudo isso será merecido. Mas como troco ao negro que ascende socialmente, junto ao seu reconhecimento público com maior número de portas abertas vem também o isolamento, a adulação, o encobrimento da realidade que mesmo sem as delícias do sucesso profissional a maioria dos negros tem que aceitar mesmo enxergando-a. A realidade de que o preconceito racial no Brasil não é tão brando quanto parece mas que a ilusão da democracia racial ou mesmo sua risível negação ("não sou/somos racistas") transformou numa prática invisível para alguns e insensível para outros.



No vídeo Seu Jorge relata sua experiencia com o racismo italiano sofrido por ele durante uma estada de seis meses durante uma filmagem em Cinecittá, a meca do cinema italiano:



sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Acórdão do STF: Piso salarial do magistério é constitucional

O STF reconheceu a constitucionalidade do piso salarial do magistério, que deve ser aplicado ao vencimento básico de professores de escolas públicas de todo o país, por até 40 horas semanais de serviço, com 2º grau de formação.

Este é o primeiro grande passo para a valorização da profissão dos trabalhadores da educação. Com isso, nossos jovens serão mais atraidos para a profissão. O valor do piso foi fixado em R$ 1.187,00 pelo MEC, para 2011. Entretanto, as entidades de educadores discordam dos cálculos, que levou a este novo valor divulgado pelo MEC.

De acordo com a legislação, o piso deve ser atualizado com base no percentual de crescimento do valor por aluno, estabelecido pelo Fundo de Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), para matrículas dos primeiros anos do ensino fundamental urbano.

Para a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), o valor anunciado pelo MEC ficou abaixo das estimativas calculadas pela categoria, que aponta piso de R$ 1.597, com aumento de 21%. “No nosso entendimento, a base de cálculo de reajuste usada pelo ministério está errada”, afirma o presidente da entidade, Roberto Leão.
a) Carceron

domingo, 21 de agosto de 2011

Segurança de fazendeiro esfaqueia Quilombola - Brejo dos Crioulos

Nota da CPT

 Ai de vós, que juntais casa a casa e que acrescentais campo a campo, até que não hajas mais lugar e sejais os únicos donos da terra.” (Isaías 5,8)

Na madrugada de hoje, 20 de agosto de 2011, por volta de uma hora da madrugada, no Território Brejo dos Crioulos, norte de Minas Gerais, local onde a comunidade luta pela conquista da sua Terra, o "segurança" Roberto Carlos Pereira do fazendeiro Raul Ardido Lerário, dono de um dos maiores latifúndios dentro do território, esfaqueou um Quilombola. Foram duas facadas em Edmilson de Lima Dutra (conhecido por Coquinho) que está em grave estado de saúde no hospital da cidade de Brasília de Minas. Roberto, foragido, há mais de 12 anos trabalha (sem registro) para o fazendeiro paulista Raul Ardido Lerário. Informações estas recebidas da Comunidade e do Cabo Ruan, da PM de São João da Ponte - BO número 1122 – REDS 2011-001486740-001. Roberto andava armado e já tinha feito ameaças de morte aos moradores, inclusive a Zé do Mário. A história dos empregados de Raul Ardido Lerário já é marcada pelo assassinato de Lídio Ferreira Rocha, há pouco mais de um ano, quilombola irmão de Francisco Cordeiro Barbosa – Ticão -, vice-presidente da Federação quilombola e liderança local. O assassino, João Borges, está com processo na justiça. 

A comunidade luta pela conquista dos seus direitos e pela titulação do território há mais de 10 anos. A morosidade do governo e a violência dos latifundiários, com suas milícias armadas, vêm aumentando a tensão em Brejo dos Crioulos. Outros Quilombolas já foram baleados pelos pistoleiros a mando dos fazendeiros. E os casos de violência e ameaça são freqüentes. Os fazendeiros mantêm um grupo de pistoleiros que vem aterrorizando a comunidade, o que caracteriza uma organização criminosa de milícias armadas. Com a situação alguns Quilombolas estão inseridos no programa de proteção aos ameaçados.

O processo de regularização está na Casa Civil para assinatura do decreto de desapropriação pela presidenta Dilma Rousseff. A não assinatura do decreto ou sua demora significa a continuidade desta violência com possibilidades de vidas serem ceifadas no futuro.

Até quando...??? Será necessário mais mortes e massacres?      

Montes Claros, 20 de agosto de 2011

Comissão Pastoral da Terra

Minas Gerais

Contato para mais informações:
Com Paulo Faccion: cel.: 38 8825 0366
Tel.: (31) 3466-0202 – (31) 3481-5420

sábado, 20 de agosto de 2011

Resposta do Movimento ao DEM - Partido Democratas

Boaventura de Sousa Santos: Os limites da ordem

As sociedades contemporâneas estão gerando um combustível altamente inflamável que flui nos subsolos da vida coletiva. Trata-se de um combustível constituído pela mistura de quatro componentes: a promoção conjunta da desigualdade social e do individualismo, a mercantilização da vida individual e coletiva, a prática do racismo em nome da tolerância e o sequestro da democracia por elites privilegiadas, com a consequente transformação da política na administração do roubo “legal” dos cidadãos e do mal estar que provoca.
Boaventura de Sousa Santos - Página/12

Os violentos distúrbios ocorridos na Inglaterra não devem ser vistos como um fenômeno isolado. Eles representam um perturbador sinal dos tempos. Sem se dar conta, as sociedades contemporâneas estão gerando um combustível altamente inflamável que flui nos subsolos da vida coletiva. Quando chegam à superfície, podem provocar um incêndio social de proporções inimagináveis.
Trata-se de um combustível constituído pela mistura de quatro componentes: a promoção conjunta da desigualdade social e do individualismo, a mercantilização da vida individual e coletiva, a prática do racismo em nome da tolerância e o sequestro da democracia por elites privilegiadas, com a consequente transformação da política na administração do roubo “legal” dos cidadãos e do mal estar que provoca.

Cada um destes componentes têm uma contradição interna: quando se superpõem, qualquer incidente pode provocar uma explosão.
- Desigualdade e individualismo. Com o neoliberalismo, o aumento brutal da desigualdade social deixou de ser um problema para passar a ser uma solução. A ostentação dos ricos e dos multimilionários transformou-se na prova do êxito de um modelo social que só deixa miséria para a imensa maioria dos cidadãos, supostamente porque estes não esforçam o suficiente para ter sucesso na vida. Isso só foi possível com a conversão do individualismo em um valor absoluto, o qual, paradoxalmente, só pode ser experimentado como uma utopia da igualdade, a possibilidade de que todos prescindam igualmente da solidariedade social, seja como seus agentes, seja como seus beneficiários. Para o indivíduo assim concebido, a desigualdade unicamente é um problema quando ela é adversa a ele e, quando isso ocorre, nunca é reconhecida como merecida.

- Mercantilização da vida. A sociedade de consumo consiste na substituição das relações entre pessoas pelas relações entre pessoas e coisas. Os objetos de consumo deixam de satisfazer necessidades para criá-las incessantemente e o investimento pessoal neles é tão intenso quando se tem como quando não se tem. Os centros comerciais são a visão espectral de uma rede de relações sociais que começa e termina nos objetos. O capital, com sua sede infinita de lucros, submeteu à lógica mercantil bens que sempre pensamos que eram demasiado comuns (como a água e o ar) ou demasiado pessoais (a intimidade e as convicções políticas) para serem comercializados no mercado. Entre acreditar que o dinheiro media tudo e acreditar que se pode fazer tudo para obtê-lo há um passo muito menor do que se pensa. Os poderosos dão esse passo todos os dias sem que nada ocorra a eles. Os despossuídos, que pensam que podem fazer o mesmo, terminam nas prisões.
- O racismo da tolerância. Os distúrbios na Inglaterra começaram com uma dimensão racial. O mesmo ocorreu em 1981 e nos distúrbios que sacudiram a França em 2005. Não é uma coincidência: são irrupções da sociabilidade colonial que continua dominando nossas sociedades, décadas depois do fim do colonialismo político. O racismo é apenas um componente, já que em todos os distúrbios mencionados participaram jovens de diversos grupos étnicos. Mas é importante, porque reúne a exclusão social com um elemento de insondável corrosão da autoestima, a inferioridade do ser agravada pela inferioridade do ter. Em nossas cidades, um jovem negro vive cotidianamente sob uma suspeita social que existe independentemente do que ele ou ela seja ou faça. E esta suspeita é muito mais virulenta quando se produz em uma sociedade distraída pelas políticas oficiais de luta contra a discriminação e pela fachada do multiculturalismo e da benevolência da tolerância.

- O sequestro da democracia. O que há em comum entre os distúrbios na Inglaterra e a destruição do bem estar dos cidadãos provocada pelas políticas de austeridade dirigidas pelas agências classificadoras e os mercados financeiros? Ambos são sinais das extremas limitações da ordem democrática. Os jovens rebeldes cometeram delitos, mas não estamos frente a uma “pura e simples” delinquência, como afirmou o primeiro ministro David Cameron. Estamos frente a uma denúncia política violenta de um modelo social e político que tem recursos para resgatar os bancos, mas não para resgatar os jovens de uma vida de espera sem esperança, do pesadelo de uma educação cada vez mais cara e irrelevante dado o aumento do desemprego, do completo abandono em comunidades que as políticas públicas antissociais transformaram em campos de treinamento da raiva, da anomia e da rebelião.
Entre o poder neoliberal instalado e os rebeldes urbanos há uma simetria perturbadora. A indiferença social, a arrogância, a distribuição injusta dos sacrifícios estão semeando o caos, a violência e o medo, e aqueles que estão realizando essa semeadura vão dizer amanhã, genuinamente ofendidos, que o que eles semearam nada tinha a ver com o caos, a violência e o medo instalados nas ruas de nossas cidades. Os que promovem a desordem estão no poder e poderiam ser imitados por aqueles que não têm poder para colocá-los em ordem.

(*) Doutor em Sociologia do Direito; professor nas universidades de Coimbra (Portugal) e Wisconsin (EUA).
(**) Traduzido por Katarina Peixoto da versão em espanhol publicada no jornal Página/12


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51.82490039 - TIM
_________________
O povo, o kardecismo e o racismo

Clique aqui para ler na íntegra
(...)

Um texto conhecido de Allan Kardec "Perfectibilidade da raça negra" publicado em 1862 em uma revista de artigos da doutrina espírita na França, causou furor entre intelectuais pró e contra o criador da doutrina do espiritismo. Trechos abaixo citados em um artigo do prof. Orlando Fedeli (Orlando Fedeli - "Allan Kardec, um racista brutal e grosseiro" )
"Mas, então, porque nós, civilizados, esclarecidos, nascemos na Europa antes que na Oceania? Em corpos brancos antes que em corpos negros? Por que um ponto de partida tão diferente, se não se progride senão como Espírito? Por que Deus nos isentou do longo caminho que o selvagem deve percorrer? Nossas almas seriam de uma outra natureza que a sua? Por que, então, procurar fazê-lo cristão? Se o fazeis cristão, é que o olhais como vosso igual diante de Deus; se é vosso igual diante de Deus, porque Deus vos concede privilégios? Agiríeis inutilmente, não chegaríeis a nenhuma solução senão admitindo, para nós um progresso anterior, para o selvagem um progresso ulterior; se a alma do selvagem deve progredir ulteriormente, é que ela nos alcançará; se progredimos anteriormente, é que fomos selvagens, porque, se o ponto de partida for diferente, não há mais justiça, e se Deus não é justo, não é Deus. Eis, pois, forçosamente, duas existências extremas: a do selvagem e a do homem mais civilizado."

(Allan Kardec, "Perfectibilidade da raça negra" Revue Spirite, Abril de 1862)
(...)

-- 
Prof. Dennis de Oliveira (ECA/USP)
MSN: dennisjornalista@hotmail.com
Blog: http://dennisoliveira.wordpress.com
Skype: oliveira.dennis

quinta-feira, 18 de agosto de 2011


No Brasil como na Inglaterra, todo suspeito é igual perante a lei. Afinal são todos pretos, né?

mamapress | agosto 18, 2011 at 4:17 pm | Categories: endocolonialismo, Negro também tem memória,Neocolonialismo, Radio | URL: http://wp.me/p4f0r-XK
É a minha reflexão do dia nesta ensolarada manhã na Europa.

 
adolescentes assassinados em 1981 em New Cross
Do Panamá nos 7o à New York de hoje, os consultores das polícias são sempre os mesmos. A mesma filosofia é aplicada em todos os lugares. O povo é sempre olhado como inimigo
Não conheço o Darcus Howe pessoalmente, mas já o conhecia da história da luta negra pelos direitos civis no mundo desde 1981, quando na data  conhecida como  "Dia da Ação Negra", aconteceu em Londres a maior manifestação da população caribenha que se teve notícia na capital do "império" britânico. 25 mil pessoas negras foram às ruas  foram às ruas, depois que possíveis elementos de extrema-direita, explodiram um local, em que adolescentes negros festejavam um aniversário,  matando 14 delas.
Na época tentaram incriminar Darcus, pois um jornal "The Evening Standard"publicou a foto de um policial ensanguentado, com um comentário retirado de uma entrevista dada por Darcus Howe em outro contexto, quando ele afirmava em meio à manifestação com tanta gente, "que aquele era o dia mais feliz de sua vida".
As famílias das vítimas que perderam seus filhos queimados no atentado, esperam até hoje os resultados da investigação. Estão no limbo em um processo que não foi encerrado até hoje 30 anos depois, como é a manchete do mesmo jornal publicada em janeiro de 2011.
Em recente entrevista dada para Viceland na UOl, Darcus Howe que ganhou notoriedade com a recente entrevista dada à BBC de Londres espalhada no YOUTUBE, cita Franz Fanon e W.B Dubois. ao ser perguntado sobre o que ele apresentaria para resolver o problema:
"Não me acho superior ao ponto de dizer como eu quero que as coisas mudem, ou o que quero. O Frantz Fanon diz que em certo momento as pessoas mudam quando se desenvolvem, mudam aquela energia para o verdadeiro inimigo e é isso que você está vendo em todo lugar. Foi uma luta da escravidão e da antiga vida colonial. A W.E.B. Dubois estava vendo todos os setores da sociedade; negros, brancos e a classe operária. Ele disse que vamos entrar em sociedade na base da absoluta igualdade com qualquer branco, ou não vamos entrar em nada. Essa é a última grande guerra do ocidente."
Entrevista completa no Vice Magazine: DARCUS HOWE, O PANTERA NEGRA BRITÂNICO – Vice BR
 
 
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Marcos Romão 
Soziologe&Freier Journalist (DJU-Hamburg) 
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Rossi cai atirando: Só um sujeito pauta a Veja e a Folha

Política| 17/08/2011 | Copyleft

Ministro pede demissão e diz que ‘político’ pautou denúncias da mídia

Alvo de denúncias de corrupção, ministro Wagner Rossi, da Agricultura, pede demissão. Em carta enviada à presidenta Dilma Rousseff, diz que foi alvo de uma suposta “campanha” da mídia e que só “um político brasileiro” conseguiria pautar Veja e Folha de S. Paulo, que lhe fizeram acusações. Segundo assessor direto, alusão foi a José Serra (PSDB). Dilma diz “lamentar” que Rossi não tenha contado com “presunção da inocência”.
André Barrocal, na Carta Maior

BRASÍLIA – O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, pediu demissão nesta quarta-feira (17/08) dizendo-se vítima de uma “campanha sórdida” empreendida por uma “parte podre da imprensa” e, particularmente, por dois órgãos de comunicação, por trás dos quais estaria “um político brasileiro”.
“Sei de onde partiu a campanha contra mim. Só um político brasileiro tem capacidade de pautar ‘Veja’ e ‘Folha’ e de acumular tantas maldades fazendo com que reiterem e requentem mentiras e matérias que não se sustentam por tantos dias”, afirma Rossi, na carta de demissão que mandou à presidenta Dilma Rousseff. O texto foi divulgado pela assessoria de imprensa do ministério.

Segundo um auxiliar direto de Rossi, o “político brasileiro” em questão seria o ex-governador de São Paulo e presidenciável derrotado por Dilma no ano passado, José Serra, do PSDB.
Indicado pelo vice-presidente da República, Michel Temer, Rossi, que também é do PMDB, está na mira de denúncias de corrupção há cerca de um mês.

Tudo começou com a demissão de um ex-diretor da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) pego em ato irregular. Exonerado, Oscar Jucá Neto deu entrevista à revista Veja acusando Rossi de corrupto. Daí em diante, o ministro e auxiliares não tiveram mais sossego.
A gota d’água foi a publicação, nessa terça-feira (17/08), de reportagem do jornal Correio Braziliense, segundo a qual Rossi teria usado um jatinho de uma empresa do setor agrícola em troca de favorecimento a ela.

Na carta de demissão, Rossi disse que o faz em atendimento a um “carinhoso ultimato” da esposa e dos filhos.
O substituto dele, por ora, será o secretário-executivo José Gerardo Fontelles, servidor público de carreira que assumiu o cargo nessa terça-feira. Ele substituiu Milton Ortolan, que pediu demissão depois de uma reportagem dizer que ele permitia – e tirava proveito de – a ação de um lobista dentro do ministério.

Em nota oficial divulgada pela assessoria de imprensa da presidência, Dilma Rousseff disse que “lamenta profundamente” a saída de Rossi e que também lamenta “que o ministro não tenha contado com o princípio da presunção da inocência diante de denúncias contra ele desferidas.”
http://www.viomundo.com.br/politica/rossi-cai-atirando-so-um-sujeito-pauta-a-veja-e-a-folha.html